terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

UMA VAGABUNDA QUE SONHA EM SER SANTA.

O que vou relatar agora, não é minha história, até porque eu sei muito bem quem sou, e não preciso da aprovação e nem da salvação de ninguém... Eu não presto, jamais quis ser santa e nunca fiz pose de boazinha, aprendi que a vida é difícil, umas poucas pessoas estão realmente interessados em ti ajudar, mas a grande maioria, querem lhe ver se foder, cair e não mais se levantar...
A mais ou menos treze anos atrás, entrei na Universidade Federal de Uberlândia, campos Santa Mónica, após fazer cursinho noturno no colégio Anglo; eu me sentia deslocada, já que aquele era um mundo novo para mim, pois até aquele momento eu só havia conhecido as noites uberlandenses e de algumas cidades aqui da região, e desta forma comecei a perder o interesse pela faculdade, pois sentia que ela não estava me ajudando em nada, foi então que a coordenadora do meu curso, me chamou para sua sala, pois ela e mais alguns poucos professores sabião dos problemas que estava passando por ter um filho, ser vagabunda, usar drogas, ser portadora...
Enfim, decidiu me ajudar, fazendo com que eu me interessasse novamente pela faculdade, como o curso que faço estuda muito antropologia, sociologia e filosofia, decidi fazer uma pesquisa sobre outras pessoas dentro do campos que passarão ou estão passando pelos mesmos problemas que os meus... Que satisfação a minha em descobrir que eu não estou sozinha neste mundo, há mais gente como eu aqui nesta Universidade, e não são poucas.
Através dos professores, veteranos e arquivos, comecei a estudar a vida de uma garota que assim como eu, teve um percurso sórdido até chegar aqui, somos tão parecidas que deixa de ser uma simples coicidência e chega ao ponto de ser bizarro. E é sobre esta garota, que se acha uma vítima da fatalidade que vou narrar.
Ela é linda, magra, alta, branca, olhos claros quase verdes, seios pequenos, cabelo channel, adora usar saia indiana e sandálias. Quem vê, jamais imagina a vida imunda e triste que esta jovem tem, nossa única diferença, é que eu procuro ao máximo esconder de todos o "bichinho" que eu porto, ela ao contrário, escancara para Deus e o mundo sua infeliz e pesada Cruz.
Fiquei perplexa e intrigada quanto a coincidencia existente entre nossas vidas, ela fora criada em um lar EVANGÉLICO, e eu em uma família extremamente CATÓLICA, ou seja, ambas estavam lado a lado com DEUS. Ela começou sua vida sexual desde muito cedo, Aderindo a promiscuidade e a perversão sexual com muito vigor e afinco, Mentiu descaradamente para mãe, irmãs, amigos, namorados... Saiu de uma cidadezinha vagabunda e chula e veio morar em Uberlândia; Praticou muito sexo oral, anal e grupal; Fumou muita maconha e cheirinho da lóló; Injetou muita cocaína e crack nas veias; Trepou com muitos degenerados e sádicos que faziam de tudo com seu corpo; Frequentou muitos shows, festas e luais; Adorava sair para barzinhos, boates e eventos culturais; Fez um aborto quando era adolescente, Teve um filho na juventude e não vai chegar até a velhice; Entrou na faculdade, enganou e foi enganada por um vagabundo e hoje finge que tem uma família feliz; E finalmente, sabe que a morte virá ligeira acompanhada de muita dor e debilitação, mas mesmo assim, acredita que poderá receber o perdão divino e transforma-se da noite para o dia, de uma VAGABUNDA em uma SANTA.

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