quarta-feira, 25 de março de 2009

VENDI MINHA ALMA AO DIABO, POR 15 MINUTOS DE FAMA.

Meu sonho, desde que eu era apenas uma adolescente, era ser conhecida, invejada, famosa, ser referência ou no mínimo o centro das atenções; nunca tive a pretenção de ser famosa como uma atriz de tv, mas sempre sonhei em ser conhecida, falada, aclamada e diferente das outras pessoas, eu não me via como uma simples mortal, não queria ser só mais uma no meio da multidão, não, eu tinha que me destacar de algum modo, por isso, eu sempre soube que eu era especial, estava predestinada a marcar a vida das pessoas, e para conseguir isto, fui capaz de fazer coisas horriveis, baixas, nojentas, repugnantes para não dizer detestaveis e desumanas, é por isto, que eu não me escondo por detraz de uma tela de computador, nem tão pouco, finjo ser o que não sou, pra ser honesta, já tive o descaramento e o despudor de sair na televisão, em um programa sensacionalista aqui da cidade, cujo tema falava sobre doenças sexualmente transmissíveis e sua prevalência no meio acadêmico, como vocês mesmo podem imaginar, eu fui um prato cheio para o abutre homossexual que me intrevistou, querendo saber como era possível uma jovem, linda, branca e com educação superior carregar um fardo tão pesado quanto o meu? é obvio que não disse a verdade, menti em todos os momento da entrevista, claro que não queria ser vista como uma vagabunda, ramera, safada... Falei tudo aquilo que eles queriam ouvir, tudo aquilo que dava "ibope", disse que o que havia acontecido era uma fatalidade, e retirei toda a culpa das minhas costas, preferi posar de santa e dizer que eu era mais uma inocente vítima desta tragédia, e não a responsavel pelos resultados dos meus inconsequêntes atos. Tive meus 15 minutos de fama, me senti toda orgulhosa de aparecer na TV, com minha voz mansa e macia e meu lindo rosto esculpido com grandes olhos verdes e minha pequenina boca escarlate, estava em perfeita harmonia com meu corpo esculturalmente coberto por um longo vestido estampado, encantava e despertava os mais variados sentimentos daqueles que assistiram ao programa, meus amigos me elogiaram pela coragem de mostrar minha cara e mostrar minha pesada cruz, minha família nunca se sentiu tão humilhada em toda sua vida, honestamente humilhação foi nascer do ventre de uma porca e ter que conviver debaixo do mesmo teto com as irmãs mais vagabundas, sangue-sugas e parasitas que conheci, e que por um azar da vida, tivemos que conviver um bom tempo juntas; Diante do acontecido, fiquei toda orgulhosa e vaidosa, e por algum tempo, achei que havia feito algo de bom, mas o que realmente aconteceu, foi que, depois de algum tempo, ninguêm mais se lembrava daquele enfatídico programa, com o passar do tempo ninguêm mais me elogiava, com o passar do tempo todos se esqueceram de mim, e a única coisa que restou foi minha certeza diante da inevitavel verdade, EU FUI, SOU E SEMPRE SEREI A PIRAINHA DA U.F.U. que teve seus 15 minutos de fama, em detrimento de uma vida inteira de sofrimento e dor, SOFRIMENTO E DOR!

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