segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

PROSTITUTAS NÃO DORMEM.

Nós mulheres, somos mesmo osso duro de roer, pois como explicar gostarmos de quem não gosta da gente, e não nos interessarmos por quem esta a fim? Claro que esta verdade não se aplica a todas as mulheres, eu por exemplo, aprendi desde muito cedo que se queria muito alguma coisa, qualquer coisa era válida para conseguir; por isso, antes mesmo de completar minha maior idade, eu já havia me tornado especialista em alcançar meus objetivos, até que certa vez, um homem pois a prova toda minha força de sedução, confesso que ele era irresistivelmente confiante, e muito seguro, mesmo assim não conseguia entender porque ele não se interessava por mim? porque ele estava me rejeitando? porque ele não queria trepar comigo? mesmo eu sendo claramente explicita quanto ao meu desejo de me jogar em sua cama e me entregar completamente em seus braços.




A verdade é que ele não se rendeu aos meus apelos sexuais, e me deixou frustrada por muitos e muitos anos, pois não entendia o que faz um homem rejeitar uma menina de apenas 17 anos, disposta a se entregar por completa, sem exigir nada em troca, a não ser gozo e prazer; durante muito tempo pensei na possibilidade dele ser gay, mas ele não era; casado, também não; santo quem sabe? mas não... A minha angustia só teve fim depois de mais ou menos 10 anos, quando acidentalmente, voltamos a nos encontrar em um shopping aqui da cidade, eu não tinha mais 17 anos, por isso meu corpo já não era mais o mesmo, meus seios já não eram tão empinados, nem minha bundinha tão durinha como em outros tempos, minhas pernas apesar de bem cuidadas, já não escondia mais aqueles indesejáveis micro-vazinhos na dobra anterior do joelho, nem meu rosto se configurava mais como a de uma adolescente sapeca que irresistivelmente exala sexo por todos os poros de seu corpo; mas continuava linda, um tanto quanto centrada, responsável e atenta com meus grandes e verdes olhos, para aquele homem que um dia eu desejei, mas ele nunca quis experimentar o que eu estava louca para lhe oferecer; nos aproximamos e começamos a conversar naturalmente, como se fossemos velhos amigos; eu tentei disfarçar minha ansiedade por estar novamente em sua presença enquanto ele não escondia a felicidade em me reencontrar, me fez mais perguntas do que um delegado na frente de bandido, queria saber se estava casada, onde morava, o que fazia... Enquanto respondia instintivamente a todo aquele interrogatório, minha atenção estava voltada, para os sapatos e roupas que ele estava usando, se tinha aliança em seu dedo, ou pelo menos marca, como eram seus dentes, perfume, hálito... Uma mulher que se preze, deve conferir o produto que deseja levar, antes de comprar é claro, por isso eu estava atenta para tudo; e ao chegar a conclusão óbvia de que aquele homem era casado , possivelmente já era pai e estava louco para quebrar a monotonia que havia se tornado sua vida; decidi então jogar os dados, e tentar mais uma vez a sorte, e quem sabe sair vitoriosa daquele jogo em que alguém sempre sai ganhando enquanto irremediavelmente, o outro sai perdendo.



Inventei barbaridades naquele fim de tarde, fingi ser quem eu nunca fui e ter o que nunca havia sonhado, me fiz de vítima e de mulher carente, santa e sadia... Só sei que no final daquela noite, aquele homem estava louco para me comer, só faltou implorar para trepar comigo, fez promessas e juras, que se sua esposa soubesse, ficaria mortificada com as revelações que ele me confidenciou. Saímos daquele local, direto para um motel, trepamos como dois adolescentes sedentos pelo corpo do companheiro, fiz com ele, tudo aquilo que havia prometido a 10 anos atrás, mas nada substituía o desejo de perguntar o porque ele havia me rejeitado na adolescência? tentei não pensar naquilo, mas não teve jeito, subi sobre seu corpo, assentei sobre seu cacete já flácido, debrucei meu rosto perto do seu e perguntei olhando em seus olhos: Por que você não quis me comer quando eu me ofereci descaradamente para você, quando ainda éramos muito jovens; notei que seus olhos brilharam e aquele mesmo ar confiante e de desdenho que a muitos anos atrás me ignoraram e repudiaram, voltou-se a se revelar no rosto daquele homem, e mais uma vez entendi que NÃO teria a resposta para aquela pergunta; e com um sorriso presunçoso na lateral de seus lábios ele me retrucou: Eu conto o porquê não transei com você naquele dia, se você me falar o por que estava tão a fim de dar para mim naquele dia?




Com uma frieza raramente vista em meus olhos, respondi: pelo mesmo motivo que estou com você aqui hoje, primeiro, uma mulher nunca aceita não como resposta e segundo, prostitutas como eu, nunca dormem!

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