terça-feira, 18 de maio de 2010

POR DE TRAZ DA LENTE

faz algum tempo, que venho me dedicando a fotografia, a arte de parar o tempo em um singular instante ou lugar, o privilégio de documentar o que vejo, amo ou odeio, a necessidade de mostrar visualmente, tudo aquilo que não consigo transmitir verbalmente; Para ser honesta, isto é mais do que um robe, é uma necessidade, uma necessidade aguda de me ocupar, uma necessidade extrema de esquecer o medo, uma necessidade inventada de parecer ativa e produtiva, quando na verdade, eu não passo de uma invalida, sou mais uma na imensa multidão de insignificantes caricatos, cuja fisionomia grotesca, esconde o podre-rubro hálito da moléstia infecciosa; Por isso é fácil entender o porque da minha obsessiva necessidade, em tentar me apegar a qualquer lixo que me é oferecido pala vida, a obsessiva necessidade em fazer o que nos mandão os livros, as musicas, as poesias, nossos ídolos e artistas... A minha imundice só não é maior, que minha alienação, minha apatia, meus temores; procuro então na fotografia, em meus estudos, em meu trabalho e na minha ignóbil família; um motivo, uma razão, um dissimulado adjetivo, que me permita pelo menos ficar atrás dos bastidores, percorrer os corredores desta transitória sociedade, sentir o cheiro do glutão banquete oferecido pelos degenerados. Desta forma continuo sobrevivendo, escondida por de traz de uma fina casca de jubilo e ventura, por de traz de uma sofisticada lente de 8mm.

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