sábado, 19 de dezembro de 2009

PRELÚDIO DO PASSADO COM UM TOQUE DE AUTO-PIEDADE

Quem nunca chorou de dor, tristeza ou amor? quem nunca chorou de desilusão, ódio ou paixão? quem nunca chorou ao ver a pessoa amada partir, morrer ou sofrer? quem nunca chorou pelo espinho cravado na carne, pela pimenta respingada nos olhos ou pelo peso das mãos de seus inimigos sobre suas cabeças? quem nunca chorou ao cair, se ferir ou se cortar? quem nunca chorou ao sentir o fio da navalha em sua garganta, a arma apontada para sua cabeça ou a faca encravada em suas costas? quem nunca chorou ao ficar encurralada, presa na lama ou caida em um abismo? quem nunca chorou ao ter a carne dilacerada, a pele rasgada ou seu corpo violado? quem nunca chorou diante do ladrão, perseguida pelos seus algozes e carrasco ou vitima de um estrupador? quem nunca chorou pela febre em sua carne, pela infecção em seu sangue ou pelas feridas em seu intestino? quem nunca chorou ao brigar, apanhar ou perder? quem nunca chorou ...








Veja meus olhos, as lágrimas insistem em rolar pelo meu rosto, o que antes eram verdes e grandes, tornaram-se vermelhos e cansados, para alguns o choro pode durar uma única noite, mas para quem é portadora de um estigma incuravel, o choro é constante, meu tormento é insano, minha dor é tremenda, minha solidão é arrebatadora, meu corpo é nafasto, é negro o que me cerca e rodeia, minhas mãos são imundas, meu hálito é pestilento, meu filho é maldito e minha vida é uma desgraça. Mas não são estes substantivos, o motivo de minhas lágrimas, mas sim a certeza de que o que me espera é ainda pior, ainda mais desesperador, muito mais agonizante; eu não estou me referindo sobre a morte ou a possibilidade de ir para o inferno, NÃO, estou falando sobre o amanhã, sobre o que a vida ainda me reserva nestes dias breves que ainda me restão, sobre o futuro certo, sem segredos ou surpresas, aguardando apenas a passagem desta calmaria antes da tempestade, eu me considero uma mulher forte e valente, forte porque permaneci de pé, enquanto outros se prostrarão e cairam, valente porque não me faço de vítima, reconheço minha responsabilidade diante da minha irresponsabilidade, bem, creio que não há motivos para ter grandes perspectiva em relação a minha pessoa, mas acredite, eu vivi, e porque não dizer vivo intensamente, gloriosamente e ousadamente, e não seria exagero dizer que fui completamente insana em minha trajetória, cuja plenitude da vida só não foi maior que a indecencia e a libertinagem entre minhas pernas, gozei descaradamente, abusei em demasia do meu próprio corpo, fiz o que muitas mulheres sonham em fazer, mas não tem a coragem de realizar, explorei todo meu orgasmo, mesmo que para isso fosse preciso, muita das vezes, ser submetida a servidão, ao abuso e a violência, e só Deus sabe o quanto gozei, me entreguei de todas as formas imaginaveis e inimaginaveis pelo homem, alcancei infinitas vezes o clímax e o extase extremo, e como se não bastasse, tive enterrada em cada buraco, poro ou abertura do meu corpo, membros de tamanho, cor, forma e espessuras dilacerantemente incontaveis, e exprementei todo tipo de líquido e secreções expelidas pelo ser humano, tive em minha boca o mais grosso e abundante semem, como também o mais amargo e pútrido fel vertido pela carne, me deleitei diante das virgens meninas, em meio ao seu rosado e encharcado sexo, e seus duros e pontudos seios, assim como, saciei toda a minha fome de perversão e sandices, no colo de jovens e insaciaveis meninos.

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